Sem dinheiro, Caixa Econômica Federal fecha linha Pró-Cotista
MARCELO SANTOS
A linha de crédito habitacional Pró-Cotista da Caixa Econômica Federal, muito utilizada desde que o banco endureceu as condições de empréstimo no ano passado, está suspensa. Quem hoje vai à instituição atrás de recursos da casa própria é direcionado para opções com mais restrições e juros elevados que resultam em entrada e prestações mais salgadas.
A superintendência regional da instituição confirmou a A Tribuna que os recursos do Pró-Cotista acabaram e que, por isso, as contratações por essa linha não mais ocorrem.
A suspensão pegou de surpresa solicitantes que estavam com toda a papelada em andamento, cujo próximo passo era apenas assinar o contrato de financiamento.
Conforme A Tribuna publicou em 15 de novembro, a Caixa obteve verba extra de R$ 145 milhões para as linhas Pró-Cotista, Carta de Crédito FGTS e Minha Casa Minha Vida . O valor, entretanto, se revelou insuficiente, mostrando que a fase áurea do crédito abundante acabou.
O financiamento habitacional tocado pelo governo é abastecido com recursos do FGTS e da poupança, fontes que começaram a escassear no ano passado. As demissões aceleraram a concessão do seguro-desemprego e a liberação das rescisões, custeadas pelo FGTS. A caderneta, por sua vez, sofre saques porque rende menos que outras aplicações.
Frente a isso, a Caixa elevou taxas de juros e reduziu a cobertura do empréstimo em relação ao valor total do imóvel.
A cobertura da SBPE (recursos da poupança), que tem exigências mais brandas do que a Carta FGTS, caiu para 50% do valor do imóvel (a do FGTS manteve-se em 90%). Quem utiliza o SBPE geralmente não atende aos requisitos da Carta FGTS, cujo imóvel financiado não pode passar de R$ 215 mil ou R$ 225 mil conforme a cidade da região.
A solução dentro da Caixa foi migrar esse público do SBPE para a Pró-Cotista, que cobria 85% do valor de avaliação dos imóveis. Além disso, essa linha aceitava moradias de até R$ 400 mil, atendendo aos preços das unidades procuradas pelas classes média e média baixa.
Com a suspensão da Pró-Cotista, a única alternativa é migrar esse público de volta para linhas mais restritivas.
Coberturas elevadas são importantes porque reduzem a entrada, beneficiando as famílias com poucos recursos próprios. Além disso, é necessário que o limite de valor do imóvel financiado seja realista conforme o mercado local.
A Caixa diz que o Pró-Cotista tem recurso limitado. “Até que haja suple-mentação de recursos a Caixa não está autorizando trâmite de novas operações”, afirma, lembrando que as outras linhas funcionam normalmente.
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Neste momento fica mais difícil de se conseguir um financiamento bancário, o Pró-Cotista era uma linha de financiamento vantajosa para trabalhadores.
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