sábado, 20 de fevereiro de 2016

Casa em bairro humilde de SP ganha prêmio internacional de arquitetura



A obra da nova casa da Dona Dalva, na Vila Matilde, bairro de São Paulo venceu o concurso internacional "Building of the year" do site ArchDaily na categoria "Casas". A reforma tinha que ficar pronta o mais rápido possível, pois ela teve de pagar aluguel durante a mudança. Foram quatro meses demolindo, com cuidado, a velha casa e seis meses depois de começar a alvenaria, o fim estava próximo Pedro Kok/ Divulgação




Primeiro foi feita a fundação e os arrimos para escorar as residências vizinhas, apoiadas nos muros laterais. Depois subiram as paredes feitas com blocos estruturais que sustentam as lajes. Com pisos e lajes concretados, foi a vez dos caixilhos, e a nova Casa Vila Matilde estava pronta, por apenas R$ 150 mil. O projeto é assinado pelo escritório Terra e Tuma Pedro Kok/ Divulgação




Da porta da frente da Casa Vila Matilde para dentro, o conceito "menos é mais" é evidente: o piso é estruturado com concreto usinado, alisado e cru; as paredes são feitas com blocos de concreto e as lajes pré-moldadas se mantêm sem acabamentos, formando um "não-forro". A preocupação dos arquitetos do escritório Terra e Tuma era trabalhar com poucos fornecedores, que entregassem o material com coloração homogênea e sem peças quebradas - afinal, não haveria revestimentos para encobrir imperfeições Pedro Kok/ Divulgação




A mão de obra da construção teve o máximo cuidado no tratamento das peças da estrutura, pois elas permaneceriam sem o acabamento final (não havia orçamento para os revestimentos). As paredes laterais, que sustentam a laje do pavimento superior, são feitas com blocos de concreto estruturais e as divisórias dos ambientes, transversais, foram construídas com blocos de concreto de vedação Pedro Kok/ Divulgação




O jantar e o estar são integrados e não há luz direta no teto, apenas spots metálicos dispostos nas paredes e ligados à fiação por tubos aparentes. Um átrio interno forma jardim e, à direita, está o corredor que leva ao lavabo e à cozinha. A caixilharia em ferro (260 cm x 80 cm) é sob medida e foi feita em serralheria, ela repete os módulos usados na fachada frontal (foto 1): as partes inferior e superior são fixas e a abertura central é do tipo máximo ar, que evita a entrada da chuva e é mais barata do que as basculantes Pedro Kok/ Divulgação




À direita está o lavabo, que fica em uma caixa de vidro temperado adesivado, para dar privacidade ao usuário, em caixilharia de alumínio pintado de preto. A pia fica do lado de fora. Na continuidade do corredor está a cozinha e, lá no fundo, ficam localizados a área de serviços e o dormitório da Dona Dalva, proprietária da Casa Vila Matilde, em São Paulo Pedro Kok/ Divulgação




A caixilharia permitiu encher a Casa Vila Matilde com verde e luz natural, bem ao gosto de Dona Dalva. As portas de correr que separam a cozinha e o jardim foram calculadas para serem leves, por isso o vidro temperado tem 10 mm e os perfis metálicos são mais finos, bonitos e em conta. Da sala até os fundos são três módulos: o primeiro e o terceiro são móveis (corrediços) e o segundo conta com quatro janelas máximo ar à meia-altura Pedro Kok/ Divulgação




A laje para o pavimento superior foi montada com peças de concreto armado de comprimentos variados, de acordo com a necessidade do projeto assinado pelos arquitetos do escritório Terra e Tuma. No fundo do terreno, e ao lado do dormitório de Dona Dalva, está uma caixa vertical para a escadaria que dá acesso ao segundo pavimento. Pisos em concreto usinado dão homogeneidade aos interiores e foram alisado imediatamente após o nivelamento do material Pedro Kok/ Divulgação




O eixo vertical ocupado pelas escadas recebeu uma abertura zenital que melhora a iluminação e a ventilação naturais e evita a sensação de enclausuramento. A janela em meia-esquadria cria a circulação de ar do banheiro, no pavimento superior da Casa Vila Matilde. A parede que separa a escada do dormitório é formada por blocos estruturais Pedro Kok/ Divulgação




No jardim há uma mesa de madeira para que o café da manhã possa ser tomado entre as plantas. Na outra extremidade (ao fundo) fica a área reservada para os varais. Apesar de pequena, a Casa Vila Matilde é um bom exemplo de como obter conforto, luz e ventilação naturais e boa estética com pouquíssimo dinheiroPedro Kok/ Divulgação




Para simplificar o projeto e facilitar a construção da Casa Vila Matilde, o terreno, estreito e comprido, foi dividido em módulos longitudinais, que se estendem desde a frente, até os fundos - a exemplo deste corredor de circulação que atravessa a área de serviços, o living, o lavabo e a cozinha. A solução foi dada pelos arquitetos do escritório Terra e Tuma para melhorar a ventilação e a iluminação naturais Pedro Kok/ Divulgação




Além da mesa para cafés da manhã, o átrio da Casa Vila Matilde conta com jardim vertical composto de rendas portuguesas, bromélias, outras samambaias e orquídeas. A jardinagem é o passatempo de Dalva, dona da casa. Na laje da cobertura, protegida por guarda-corpos metálicos, estão os vasos de ervas aromáticas que ela cuida com muito carinho Pedro Kok/ Divulgação




O que Dona Dalva mais gosta na Casa Vila Matilde é que pode ter muitas plantas: rendas portuguesas e outras samambaias, bromélias e folhagens da Mata Atlântica decoram o jardim de maneira exuberante, pois estão bem adaptadas pela abundância de luz natural. "Lá no terraço já plantei morangos e, agora, o lugar fica cheio de pássaros", conta, satisfeita. A doméstica conta que da nova casa só não gosta muito do piso de concreto: "Queria colocar cerâmica, mais brilhante. Acho mais bonito", revela Pedro Kok/ Divulgação





O pavimento superior da Casa Vila Matilde tem dormitório e banheiro para hóspedes. A modulação da fachada - da esquerda para a direita: vidro, blocos de concreto, porta e, novamente, blocos de concreto - repete o "layout" do térreo e pretende simplificar a planta e a construção Pedro Kok/ Divulgação






Sobre a cobertura impermeabilizada com manta líquida, um jardim de pedras (ao fundo), formado de argila expandida e pedriscos, ajuda a controlar o calor. Ali, a proprietária cultiva ervas e frutas, que atraem pássaros. A área também serve para convivência, e forma um lindo terraço no pavimento superior da Casa Vila Matilde, projetada pelo escritório Terra e Tuma Arquitetos Pedro Kok/ Divulgação






O eixo de circulação vertical da Casa Vila Matilde encontra-se exatamente sobre o módulo formado pelo corredor da cozinha, no térreo. O projeto modular desenvolvido pelo escritório Terra e Tuma agilizou a construção da residência e viabilizou o orçamento de apenas R$ 150 mil Pedro Kok/ Divulgação





O eixo vertical ocupado pelas escadas recebeu uma abertura zenital que melhora a iluminação e a ventilação naturais e evita a sensação de enclausuramento. A janela em meia-esquadria cria a circulação de ar do banheiro, no pavimento superior da Casa Vila Matilde. A parede que separa a escada do dormitório é formada por blocos estruturais Pedro Kok/ Divulgação
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